Para Caetano Veloso, Emicida e Criolo merecem um 'abraçaço'
Em entrevista ao site do Multishow, ele ainda fala sobre seu novo DVD e revela que músicas podem voltar aos palcos
A um dia da exibição de seu novo DVD no Multishow, Caetano Veloso conversou com o nosso site e falou não só do projeto “Multishow Ao Vivo Caetano Veloso Abraçaço”, mas também de sua atual turnê, sua relação com a banda Cê e com o público jovem.
O baiano aproveitou ainda para revelar algumas das “muitas” canções que sente falta de apresentar ao vivo e escolheu nomes no cenário musical que merecem um “abraçaço”: Ney Matogrosso, Criolo e Emicida.
Confira a entrevista na íntegra:
Com uma trajetória tão extensa, deve ser difícil escolher as músicas que farão parte da turnê, junto com as faixas do álbum mais recente. Como é feita essa escolha? Sua preferência por alguma delas (ou até a saudade de tocar ao vivo), ou algum pedido dos fãs foram levados em consideração?
A gente sempre parte das canções do disco novo. E sente quais canções antigas vão bem com elas. Saudade de cantar algumas músicas, sugestões de amigos e de fãs também influem. Mas o importante, para mim e para os caras da banda, é que o show faça sentido. Não é um sentido explícito que qualquer espectador acompanha conscientemente, mas algo meio inexplicável que dê coesão ao espetáculo.
Tem alguma música do seu repertório que você sente falta de tocar e que merece voltar aos palcos?
Muitas. Tenho vontade de cantar “Sorvete”, “Podres poderes”, “Saudosismo”…
No ano passado, foi divulgado que essa seria a última turnê com a banda Cê. A turnê “Abraçaço” será mesmo o fim dessa parceria? Seus planos para um próximo trabalho se afastam dessa fase mais jovial e enérgica?
Na verdade eu não sei. A única coisa que dissemos foi que “Abraçaço” fechava uma trilogia com os dois discos anteriores. Ainda não me imagino tocando sem Pedro, Ricardo e Marcelo.
Apesar do tempo de carreira, você continua falando para um público jovem e isso fica muito claro nos seus shows, lotados de pessoas que não eram nem nascidas quando você começou a compor e cantar. Você se preocupa com a renovação do seu público?
Nunca me preocupei com isso. Sempre vi pessoas de idades variadas em plateias de shows meus. Há quem me acompanhe há décadas, mas é claro que a maioria vai deixando de ir a shows. Gente jovem sempre se interessa mais por música popular. Na turnê do “Abraçaço” houve plateias mais velhas nos lugares onde a entrada era mais cara e plateias muito jovens onde era mais barato ou grátis na rua.
Em setembro você participou do Prêmio Multishow, fazendo uma parceira com o Emicida. Esse encontro gerou algum fruto que ainda não foi revelado? Podemos esperar uma continuação dessa parceria, seja numa faixa ou num álbum?
Emicida é excelente e tudo pode acontecer. Depois do Prêmio Multishow, fizemos uma apresentação em São Paulo, no Ibirapuera, ao ar livre. Eu fico muito emocionado ao ouvir “Haiti” por Emicida. É uma música que foi feita quando ele devia estar nascendo. E ele é um cara do hip-hop real, essa canção faz apenas uma referência ao hip-hop. Com ele, junta tudo.
Quem do cenário musical atual merece um abraçaço e por quê?
Ney Matogrosso, pelo conjunto dos passos na carreira. Emicida, pelo já dito. Criolo, por sua incrível originalidade. Thiago Amud, pelo capricho muiscal e literário. Alexandre Peixe por “Eta, painho”. Érika Martins pelo disco novo. Muita gente.
Gravado no Rio de Janeiro em dois dias de show, o registro chega às lojas nesta segunda-feira, dia 21, e mescla canções do álbum mais recente de Caetano e clássicos de sua carreira. “Multishow Ao Vivo Caetano Veloso Abraçaço” será exibido no Multishow na próxima quarta, dia 22, às 22h20.
INÉDITO
Multishow Ao Vivo Caetano Veloso Abraçaço
Quarta (22/01), às 22h20
Fonte: Multishow