Escritor da periferia brasileira lança livro na Alemanha

Rodrigo Ciríaco é educador da rede pública em São Paulo, escritor da literatura periférica e lança o livro “100 mágoas” em Berlim

 

O educador e escritor Rodrigo Ciríaco, da periferia da zona oeste de São Paulo lança nesta quinta-feira (12) em Berlim, na Alemanha, o livro de contos “100 Mágoas”.
A obra é um mosaico de várias histórias que abordam a problemática política e social da babilônia brasileira: a pobreza, o descaso e a violência policial. No entanto, o livro não limita-se ao “mais do mesmo”. Traz também tensões conjugais, emocionais. Tudo isso carregado de lirismo. Sem deixar de lado o cinismo.O trabalho tem prefácio de Marcelino Freire e orelha de Érica Peçanha. O projeto gráfico ficou por conta de Silvana Martins.

O evento de lançamento acontece na “A Livraria” , um espaço especializado em literatura afro-luso-brasileira e que já recebeu nomes da literatura brasileira como Marcos Lopes, Ruy Castro, Ignácio de Loyola Brandão, João Ubaldo Ribeiro e o veterano da cena contemporânea/periférica, Ferréz.

Além do lançamento, haverá também leitura e tradução de alguns contos para o alemão, que contam com a mediação da pesquisadora Ingrid Hapke (Universidade de Hamburgo – ALE) que está finalizando um doutourado em letras sobre a literatura marginal.

Ciríaco, que já escreveu o livro de contos “Te Pego Lá Fora” (Edições Toró, 2008) , chega agora com esta nova proposta e o “100 Mágoas” foi lançado, no Brasil, em dezembro de 2011, percorrendo vários saraus das periferias de São Paulo (Cooperifa, Binho, Elo da Corrente, Suburbano Convicto, Mesquiteiros, Ademar), além da Balada Literária. O autor visitou também o Sarau Bem Black, na Bahia, onde fez o lançamento.

Contudo, esta não é a primeira experiência internacional de Ciríaco. Em 2011 ele esteve na Alemanha e visitou a mesma livraria, onde lançou o primeiro livro e fez leituras dos contos da obra “Te Pego Lá Fora”.

A outra experiência internacional aconteceu com a publicação na coletânea de contos “Je suis favela” (Editora Anacoana, 2011), ao lado de outros escritores como Alessandro Buzo, Sacolinha, Ferréz e Marcelino Freire.

 

Sobre o “100 mágoas”

 

100 Mágoas é um livro de contos. Que poderiam muito bem ser chamados de uivos. Gritos. Abafados. E que não se permitiam mais ficar calados.

Do mendicante, refletindo sobre a gozolândia cultural na Babilônia. E com fome de justiça na barriga.

Da mãe, execrada em rede nacional, abusada e violentada na escuridão de uma cela, pra depois ser declarada inocente.

Da favelada, que tem por sonho um piso para o seu barraco. Um piso. Só isso.

Do índio, que não aceita mais ser explorado.

100 Mágoas é o rasgo no véu da mordaça dos oprimidos: pretos, pobres, periféricos. Dos brancos. E suas vidas miseráveis. Nossas vidas.

100 Mágoas é também um livro de amor. Sangrado. Sagrado. Profano. Abusado. Traído. Mal resolvido. Mal amado. Marcado.

Aliás, 100 Mágoas é isso: o registro de muitas marcas. Histórias, mágoas. Colhidas nos jornais, retiradas do estômago e das memórias. Latejantes. Dolorosas. Pra que fique bem claro por que lutamos. Por que bradamos, por que insistimos. Por que protestamos. Por que escrevemos. Ainda com revolta. Apesar de muitos acharem ser esta uma estação fora de moda.

100 Mágoas é isso. Um livro de lembranças. Literais e literárias.

Porque recordar é viver. E lembrar é resistir.

Serviço Mais informações sobre o livro podem ser obtidas através do link: http://www.efeito-colateral.blogspot.com/

 

Assista vídeo de Rodrigo Ciríaco declamando “100 mágoas” na Cooperifa

 


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Assista vídeo de Rodrigo Ciríaco no projeto Marginaliaria

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