Batalha de hip hop anima presos em penitenciária do Amapá

Três grupos se apresentaram com danças e músicas improvisadas.
Programação no presídio fez parte do Festival Quebramar.

Por: Abinoan Santiago / Do G1 AP

Uma batalha de hip hop movimentou a manhã dos internos do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), nesta quinta-feira (28). Três grupos se apresentaram com danças e músicas improvisadas que abordaram temas como a criminalidade, preconceito e sociedade. A programação fez parte do Festival Quebramar, inciado em 26 de novembro em Macapá.

Rapper Natanael Brito contou a própria história em versos improvisados (Foto: Abinoan Santiago/G1)

O rapper Natanael Brito, de 32 anos, mostrou a própria experiência vivida dentro da penitenciária. “Nossa música é para conscientizar os internos e deixar de lado o preconceito, que acabei também sofrendo por ter passado um ano e quatro meses preso”, resumiu Brito, que preferiu não divulgar o motivo da prisão.

Durante a batalha, três dos quatro principais eixos do hip hop foram apresentados: a manifestação dos MC’s, responsáveis por animar e improvisar as músicas; a instrumentação dos DJ’s, e a dança do breackdance. Apenas a arte de pintura de grafite não foi apresentada na penitenciária.

Batalha teve apresentação de três dos quatro eixos do hip hop (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Batalha teve apresentação de três dos quatro eixos do hip hop (Foto: Abinoan Santiago/G1)

Na batalha de hip hop, o espaço ficou aberto para a manifestação dos internos dentro da cultura de rua.

Interno Daniel de Almeida improvisou durante batalha de hip hop (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Interno Daniel de Almeida improvisou durante
batalha de hip hop (Foto: Abinoan Santiago/G1)

O interno Daniel de Almeida, de 33 anos, aproveitou a oportunidade e improvisou versos contando um pouco da própria história de vida. Ele está há 11 meses preso na penitenciária após ser condenado a quatro anos por tentativa de estupro.

“Eu improvisei na hora, mas tenho outras guardadas na cabeça, que escrevo quando estou na cela. Eu tive essa oportunidade e cantei para mostrar o nosso trabalho e o que os internos passam”, relatou Almeida.

Por causa da receptividade dos internos na batalha hip hop, existe a possibilidade de criação de um grupo com o estilo musical dentro da penitenciária.

“O hip hop se identifica muito com os internos, então pretendemos iniciar ações do tipo dentro da penitenciária para criar cada vez mais oportunidades aos reeducandos”, disse o diretor-presidente do Iapen Nixon Kennedy.

Três grupos de hip hop participaram da batalha dentro do presídio no Amapá (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Três grupos de hip hop participaram da batalha dentro do presídio no Amapá (Foto: Abinoan Santiago/G1)

A batalha contou com apresentação dos grupos ‘Vida Loka Insurgência’; ‘Apologia, o bando’; e ‘Super Choque’. Apesar de ter levado o nome de ‘batalha’, não teve disputa entre os rappers, houve apenas “troca de conhecimento”, segundo os próprios ‘MC’s’.

Fonte: G1 Amapá

 

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